28 abr A primeira cerveja
Você já parou para pensar qual foi a primeira cerveja que tomou? Acho que, como todo mundo da minha geração, meu primeiro contato com a cerveja foi com as comerciais. Quem está na faixa dos 40 anos vai se lembrar da famosa Antarctica de Pirapora, a preferida dos nossos pais. Ou mais tarde, quando começou a sair para a balada lá pelos 18 a 20 anos, a garrafinha branca de Skol com aquela fatia de limão.
Pois bem, nessa época, apesar de ter provado a cerveja, eu não conseguia entender como as pessoas gostavam dessa bebida. Era amargo, deixava um gosto ruim na boca e, quando esquentava, ficava ainda mais intragável. Passei anos da minha juventude procurando outras bebidas. Minha preferida era a Vodka (ou na sua versão Ice, típica da minha geração!).
Fiquei anos assim até que uma amiga, que tinha se juntado com outras mulheres em Belo Horizonte para estudar cervejas, me apresentou a esse novo mundo. (Essa é uma outra história, mas foi assim que conheci a Confece, a Confraria Feminina de Cerveja). Minha amiga falava de forma tão entusiasmada sobre a cerveja que eu confesso, bebi pela insistência. Mas que bom que ela insistiu. Na época tínhamos ido para um restaurante novo na região do Retiro do Chalé e lá experimentei a cerveja que seria a minha preferida (e a chave para todas as outras que fui descobrir depois!).
A cerveja era uma Colorado Appia. Feita com trigo, a bebida tinha aroma de mel (daí as abelhas do rótulo!), era de uma cor dourada, levemente turva e com espuma bem cremosa. O choque na boca foi logo no primeiro gole. Não tinha aquele amargo estranho. Era leve, bem carbonatada, levemente ácida na boca.
Depois dessa cerveja minha curiosidade gustativa veio com tudo. Comecei a querer provar outras cervejas – ainda com muito receio do amargor. Minha amiga, coitada, virou meu Google cervejeiro: “essa você acha que eu vou gostar?”. E ela super paciente, ia me ajudando a escolher cada rótulo novo.
Eu fiquei tão impressionado com esse mundo cervejeiro, com a quantidade de estilos, de rótulos, que decidi estudar seriamente. Foi assim que virei Sommelier de cervejas e hoje posso dizer, com orgulho, que tenho um paladar muito mais evoluído do que quando comecei.
Minhas cervejas preferidas, hoje em dia, ironicamente, são as amargas inglesas, como as Bitters. Gosto muito também das Stouts e Imperial Stouts, feitas com malte bem tostado, de cor preta e espuma bem presente. Ironia do destino né? Claro que não deixo de experimentar sempre e estar aberto às novidades, como as cervejas ácidas do estilo Sour ou Catharina Sour. São muito refrescantes e gosto muito dessa sensação na boca.
Se hoje você não bebe cerveja, acredite em mim. Em algum momento você vai encontrar um estilo para chamar de seu. E se já bebe, fica aqui a pergunta que fiz no início dessa conversa: qual foi a primeira cerveja que você tomou? Tenho certeza que todo mundo tem uma história para contar sobre essa experiência (que me levou a conhecer um mundo incrível de sabores, de sensações e de amigos!). Compartilhe sempre! Celebre sempre a sua história.